
Gol do título
O último lance tricolor, aos 45, quando Conca, àquela altura mais efetivo nas jogadas para servir o ataque, tocou para Emerson bater fraco, mostrou que no vestiário seria necessária uma injeção de Muricy para tirar o time da inércia. Mas logo no início da segunda etapa, Carlinhos deu um tapa em Paulinho, já caído, e só não foi expulso porque Carlos Eugenio Simon não viu.
Quieta na maior parte da primeira etapa, a torcida tricolor percebeu que precisava empurrar o time. Os gritos aumentaram principalmente após o gol do Palmeiras sobre o Cruzeiro, em Sete Lagoas. Outro resultado ótimo. E após o jogo paralisado aos 10 minutos com as câimbras de Júlio César, Muricy chamou Washington, há 14 partidas sem marcar, para aquecer.
A torcida vibrou com a entrada do atacante no lugar de Júlio César. Parecia um script de Nelson Rodrigues. Na primeira boa ida de Carlinhos à linha de fundo aos 16, o centro foi para o Coração Valente. Ele tocou de cabeça para a área, a bola resvalou em Guilherme e caiu à feição de Emerson. O Sheik tocou de canhota por baixo das pernas de Ailson e do goleiro xará: 1 a 0 para o Fluminense, loucura no Engenhão.
Muricy trocou Fred por Fernando Bob. Depois, Emerson, ovacionado, por Rodriguinho. Mancini desarmou o 3-6-1 do Bugre, trocando o lateral Guilherme por Pablo. Tentou dar mais agressividade ao tirar Márcio Careca e botar Geovane. E tentou melhorar o ataque com Douglas no lugar de Reinaldo. Mas quem chegou mais perto do gol foi o Flu. Washington quase pôs fim ao jejum, mas bateu fraco, para defesa de Emerson.
O gol da virada do Cruzeiro no fim devolveu a tensão - menos mal que o Corinthians ficou mesmo no empate com o Goiás. Àquela altura, o Flu era obrigado a sair do Engenhão com a vitória. Fred e Emerson, desesperados no banco, pediam o apito final. A torcida gritava, eufórica. Após o apito final de Simon, a festa tricolor começou, sem data para terminar.