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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Agora


Agora, tudo é diferente.

O tempo parece-me tão longo,

A espera, uma eternidade.

Agora, tudo é diferente.

O tempo é para realizar e concretizar,

Os sonhos já não me bastam.

Agora, tudo é diferente.

Já não tenho tempo para desperdiçar,

O horizonte aproximou-se.

Agora, tudo é diferente.

Tenho cada vez mais a perder,

Mas não vou deixar,

Porque agora, tudo é diferente.


Sabes?

Sabes,
Acho que renasci.
Pensei que tinha morrido mas sobrevivi.
Pensei que tinha perdido tudo mas apareceste tu.
Sabes,
Estou bem.
Não só porque vivo novamente.
Não só porque ultrapassei uma tempestade.
Não só porque te conheci.
Sabes,
Estou em paz.
Não só porque estou vivo.
Não só porque tenho sorte.
Não só porque me conheceste.
É que, sabes,
Eu estou feliz!
Porque te sinto.
Porque me sentes.
Porque te tenho... assim, só um bocadinho,
Só para mim.
Sabes, não sabes?
Eu sei.
E queria que soubesses.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Muricy Ramalho: estresse, euforia e explosão do 'Senhor Trabalho' Treinador celebra quarto título em cinco anos com vitória suada.


Assim que Carlos Eugênio Simon apitou o fim da partida contra o Guarani, Muricy Ramalho mirou a torcida do Fluminense. Mãos erguidas, punhos cerrados e muita vibração. Ele deu dois passos. Foi interrompido por jornalistas, mas tratou de espantá-los. Não queria ninguém para atrapalhar o encontro. Perto do fosso que separa o campo dos torcedores, bateu no peito e agradeceu.

Partiu então para uma volta olímpica solitária e recebeu o cântico de reverência por ter trocado a Seleção Brasileira pelo Tricolor: “Muricy Guerreiro ficou no Flu para ganhar o Brasileiro”.

Mas até a cena final, o treinador passou por momentos de apuros para comemorar o quarto título nacional nos últimos cinco anos. O Fluminense entrou nervoso em campo. Passes errados, escolhas erradas e poucas chances. Muricy gesticulava, pedia calma.

O tempo passava e nada de o gol sair. As vaias para Diguinho eram um sintoma de que a ansiedade dominara jogadores e torcedores. Mas não Muricy e o suado boné branco. Ele olhou para o banco de reservas algumas vezes. Para o relógio outras tantas.

E então, aos dez, decidiu colocar Washington. Artilheiro em má fase, mas prestigiado pela torcida. Foi então que, aos 16, Carlinhos cruzou da esquerda, o Coração Valente desviou e Emerson completou para o gol. Àquela altura, o nível de estresse do treinador era máximo. Ele extravasou e não poderia ser diferente. A meia hora de angústia até o apito final teve em Muricy o regente para orientar o time à suada conquista.

- O trabalho venceu e isso é muito legal – resumiu Muricy.

Idolatrado pela torcida, Conca retribui elogios: 'É a melhor do mundo' Meia diz que joga para se divertir e recebe visita de familiares no Engenhão.


Estrela da conquista tricolor, Conca parecia uma criança no gramado do Engenhão na festa de comemoração do título brasileiro, neste domingo, após a vitoria por 1 a 0 sobre o Guarani. O jogador argentino foi abraçado por dezenas de pessoas, carregado no colo por seguranças diversas vezes e também corria de um lado para o outro parecendo estar perdido de tanta alegria. Aos 27 anos, o meia viveu o momento mais emocionante da carreira.

- Não tenho palavras. É tudo muito lindo. É campeão! - gritou.

Conca participou dos 38 jogos da campanha tricolor. E virou um ídolo da torcida. No forte abraço que recebeu de Celso Barros, o argentino ganhou a promessa de que vai ser valorizado na renovação de contrato.

- O acerto está muito próximo. Ele deve renovar por três a cinco anos - disse o presidente do patrocinador do Fluminense.

Da arquibancada, vinha o carinho do torcedor. O nome de Conca era o mais gritado por todos os tricolores no estádio. Enrolado em uma bandeira do Fluminense, o meia comemorava junto com a galera. Levantava os braços, mandava beijos. No rosto, um sorriso cheio de alívio e alegria.

- Nunca vi uma festa tão bonita como essa. É a melhor torcida que existe no mundo. Minha familia está aqui, e se o Fluminense está feliz, eu estou feliz também. A torcida merece e o clube também. Espero que o Flu seja mais vezes campeão - disse.

Na saída do vestiário veio o encontro com a família. Mãe, dois irmãos, uma irmã, sobrinhos. Todos esperavam o meia argentino para recomeçar a festa. Era a consagração de um jogador que faz questão de dividir o sucesso com os companheiros.

- Sem os companheiros, não teria nada. Ninguém consegue nada sozinho. Trabalhei muito, fui guerreiro, parti atrás do meu objetivo. E não me machuquei. Isso ajudou. Jogo para me divertir. Estava alegre e muito feliz no Fluminense. E a felicidade faz a gente jogar assim. O time tem estrelas, mas são todos humildes aqui - disse.

Conca evitou pedir uma chance na seleção argentina. Apesar de ser o principal jogador do Campeonato Brasileiro, o meia não vem sendo chamado.

- Hoje tenho possibilidade, mas respeito todos que estão na seleção. Se ainda não tive uma chance é porque falta algo.

Participaram da cobertura Cahê Mota, Eduardo Peixoto, Fred Huber, Richard Souza e Thiago Lavinas

É CAMPEÃO !


O Fluminense é o merecido campeão brasileiro de 2010. A começar por ter liderado a competição em 23 das 38 rodadas – incluindo, obviamente, a última. Mas principalmente pelo futebol que apresentou durante todo o ano. Um estilo guerreiro mas com qualidade. Prudente mas longe de ser retranqueiro. Inteligente e emotivo – uma combinação sempre explosiva. E, sobretudo, pela valentia – uma qualidade que começou a aparecer na arrancada espetacular do ano passado e que ficou muito clara durante todo esse Brasileirão. Jogo fora ou jogo em casa dava no mesmo. O time de Muricy nunca se acovardava, nunca perdia o prumo, nunca se deixava intimidar; mesmo nos momentos mais difíceis, com quase apenas com reservas em campo.

Muitos times sofreram com lesões ao longo da temporada. É normal em um torneio com 38 rodadas, mas poucos – eu diria pouquíssimos – tiveram tantos e tão importantes desfalques como o tricolor carioca. Eram quase todos os melhores e mais caros jogadores, os mais experientes, as grandes referências. Mas repare que eu disse “quase”: isso porque uma das grandes referências do time esteve em campo o tempo todo e jogou por três ou quatro. Foi brilhante. Foi decisivo. Dario Conca é, por todos os motivos, o craque deste campeonato. Sem ele o Fluminense seguramente não estaria hoje festejando um título tão importante.

Mas claro que não é só isso. Muito mais que um clichê, o futebol é, sim, um esporte coletivo. Grupos ganham e grupos perdem. E o Flu, orientado por seu grande e experiente líder Muricy Ramalho sempre soube disso. E assim, a qualidade de Conca e Mariano foi somada à personalidade de Leandro Eusébio, Gum e Ricardo Berna… À força de Diguinho, Diogo, Bob e Valência… Aos gols de Washington (enquanto duraram, mas a luta não cessou em momento algum) e Emerson… Ao brilho dos que pouco puderam colaborar, mas que emprestam valor ao time, trazendo respeito dos adversários: Fred e Deco. O Fluminese de Muricy é o campeão brasileiro. E o espírito trabalhador e vitorioso do “professor” foi fundamental – sem falar, claro, no talento principal de um técnico: a eficiência tática. Parabéns, Muricy! Parabéns, vencedor! Mas seria simplista e injusto reduzir o título à chegada dele. Afinal de contas, o Fluminense – com ou sem Muricy - passou por sua quarta decisão de título em quatro anos seguidos: Copa do Brasil (campeão), Libertadores (perdida nos pênaltis), Sul-americana (perdida, com vitória por 3 a 0 no último jogo) e agora o equilibradíssimo Brasileirão dos pontos corridos. É mais que Muricy, é mais que Conca ou Fred… É mais que qualquer nome. É a soma de uma série de acertos com uma série de momentos de sorte, com uma série de momentos de bravura e, claro, uma série de investimentos.

Grana. Só ela não ganha nada – tanto que, mesmo com a Unimed, o Flu tem um orçamento muitíssimo menor que o de vários clubes brasileiros. Mas sem grana não há talento que prevaleça.

É hora de comemorar e relaxar. É hora de dar os parabéns também ao Corinthians pelo belo trabalho e por talentos como Elias, Jucilei e os veteranos Roberto e Ronaldo… É hora de abraçar mais ainda o Cruzeiro, de Cuca, Montillo e do jogo bonito. Parabéns! E que a torcida desfruta a Libertadores.

Bem… Acabou e foi muito bom. Acabou e deixará saudades. Acabou e deixou muitíssimas lições. Viva o Fluminense. Viva o futebol brasileiro.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Obrigado Muricy Ramalho.

O melhor técnico do Brasil

Fluminense Campeão Brasileiro !


Fluminense vence e solta o grito de campeão brasileiro após 26 anos.

Gol de Sheik Emerson, aos 16 minutos do segundo tempo, sobre o Guarani é o suficiente para garantir a festa tricolor no Engenhão


Vamos gritar Tri-Campeão !!!

Gol do título

O último lance tricolor, aos 45, quando Conca, àquela altura mais efetivo nas jogadas para servir o ataque, tocou para Emerson bater fraco, mostrou que no vestiário seria necessária uma injeção de Muricy para tirar o time da inércia. Mas logo no início da segunda etapa, Carlinhos deu um tapa em Paulinho, já caído, e só não foi expulso porque Carlos Eugenio Simon não viu.

Quieta na maior parte da primeira etapa, a torcida tricolor percebeu que precisava empurrar o time. Os gritos aumentaram principalmente após o gol do Palmeiras sobre o Cruzeiro, em Sete Lagoas. Outro resultado ótimo. E após o jogo paralisado aos 10 minutos com as câimbras de Júlio César, Muricy chamou Washington, há 14 partidas sem marcar, para aquecer.

A torcida vibrou com a entrada do atacante no lugar de Júlio César. Parecia um script de Nelson Rodrigues. Na primeira boa ida de Carlinhos à linha de fundo aos 16, o centro foi para o Coração Valente. Ele tocou de cabeça para a área, a bola resvalou em Guilherme e caiu à feição de Emerson. O Sheik tocou de canhota por baixo das pernas de Ailson e do goleiro xará: 1 a 0 para o Fluminense, loucura no Engenhão.

Muricy trocou Fred por Fernando Bob. Depois, Emerson, ovacionado, por Rodriguinho. Mancini desarmou o 3-6-1 do Bugre, trocando o lateral Guilherme por Pablo. Tentou dar mais agressividade ao tirar Márcio Careca e botar Geovane. E tentou melhorar o ataque com Douglas no lugar de Reinaldo. Mas quem chegou mais perto do gol foi o Flu. Washington quase pôs fim ao jejum, mas bateu fraco, para defesa de Emerson.

O gol da virada do Cruzeiro no fim devolveu a tensão - menos mal que o Corinthians ficou mesmo no empate com o Goiás. Àquela altura, o Flu era obrigado a sair do Engenhão com a vitória. Fred e Emerson, desesperados no banco, pediam o apito final. A torcida gritava, eufórica. Após o apito final de Simon, a festa tricolor começou, sem data para terminar.


É CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2010 !

Parabéns Fluminense por mais uma grande conquista ! *--*